Rio Tocantins: Ibama monitora vazamento de ácido sulfúrico

O Ibama confirmou nesta segunda-feira (6) o vazamento de ácido sulfúrico de um caminhão que afundou no Rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, localizada na BR-226. Mergulhadores detectaram fissuras no tanque do veículo, pertencente à empresa Pira-Química, que transportava 23 mil litros do produto químico. O acidente, ocorrido em 22 de dezembro, […]

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O Ibama confirmou nesta segunda-feira (6) o vazamento de ácido sulfúrico de um caminhão que afundou no Rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, localizada na BR-226. Mergulhadores detectaram fissuras no tanque do veículo, pertencente à empresa Pira-Química, que transportava 23 mil litros do produto químico.

O acidente, ocorrido em 22 de dezembro, deixou 14 mortos e 3 desaparecidos. A ponte, que conectava os estados do Maranhão e Tocantins, cedeu, provocando a queda de vários veículos no rio.

Monitoramento da qualidade da água

Até o momento, análises realizadas pelo Ibama e pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) indicam que a qualidade da água do Rio Tocantins permanece dentro dos padrões normais para água doce. No entanto, o monitoramento é contínuo e realizado diariamente para identificar possíveis alterações.

Outros riscos no rio

Além do caminhão da Pira-Química, outros veículos que afundaram trazem preocupações ambientais:

  • Empresa Videira: Um caminhão transportando 40 mil litros de ácido sulfúrico foi encontrado intacto, sem sinais de vazamento.
  • Empresa Suminoto: Veículo carregado com bombonas de agrotóxicos. A carga foi inspecionada por mergulhadores, e os resultados estão sendo avaliados.

Planos de emergência

O Ibama notificou as empresas responsáveis pelas cargas químicas e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para apresentar Planos de Atendimento à Emergência. Os planos devem incluir análises detalhadas dos riscos e estratégias seguras para a remoção dos caminhões submersos.

Impactos ambientais e próximos passos

Embora os resultados iniciais sejam tranquilizadores, o vazamento de ácido sulfúrico pode representar uma grave ameaça à fauna, flora e comunidades ribeirinhas do Rio Tocantins caso não seja controlado. O Ibama e outras autoridades ambientais permanecem mobilizados para mitigar os riscos e garantir a segurança ambiental da região.

O caso evidencia a importância de fiscalizações rigorosas e planos de contingência para o transporte de produtos químicos em vias públicas, especialmente em áreas com infraestrutura vulnerável.

Acido Sulfúrico no Rio Tocantins

O ácido sulfúrico (H₂SO₄) é uma substância altamente corrosiva e tóxica que pode representar graves perigos para a vida humana, a fauna, a flora e os ecossistemas aquáticos. Seus riscos variam de efeitos imediatos a impactos de longo prazo e pode afetar a vida no Rio Tocantins e nas suas margens. Abaixo estão os principais perigos associados ao ácido sulfúrico:


1. Perigos para a saúde humana

  • Contato com a pele: O ácido sulfúrico é extremamente corrosivo. Pode causar queimaduras graves, feridas profundas e necrose em contato direto com a pele.
  • Contato com os olhos: A exposição pode resultar em lesões severas, incluindo cegueira permanente, dependendo da concentração e do tempo de exposição.
  • Inalação: A inalação dos vapores do ácido pode causar irritação severa às vias respiratórias, tosse, dificuldade para respirar e, em casos graves, edema pulmonar.
  • Ingestão: Se ingerido, pode provocar queimaduras graves no trato digestivo, hemorragias internas e até mesmo morte.

2. Perigos para o meio ambiente

  • Contaminação da água: O ácido sulfúrico reduz o pH da água do Rio Tocantins, tornando-a extremamente ácida. Isso pode:
    • Matar peixes, crustáceos e outros organismos aquáticos.
    • Alterar a biodiversidade aquática, exterminando espécies sensíveis ao pH ácido.
    • Danificar plantas submersas e as que dependem da água contaminada.
  • Contaminação do solo: O contato com o solo pode destruir a camada superficial, eliminando micro-organismos essenciais e comprometendo a fertilidade da área.
  • Corrosão de estruturas: O ácido pode corroer metais, concreto e outras infraestruturas próximas ao local do vazamento.

3. Riscos químicos

  • Reações perigosas: O ácido sulfúrico reage violentamente com água, liberando calor intenso, o que pode causar queimaduras adicionais. Ele também reage com outros produtos químicos, liberando gases tóxicos, como dióxido de enxofre (SO₂).
  • Explosividade: Quando misturado com substâncias combustíveis, pode aumentar o risco de incêndio ou explosões.

4. Impactos de longo prazo

  • Persistência ambiental: Pequenas quantidades podem ser neutralizadas naturalmente, mas grandes vazamentos podem levar anos para serem mitigados sem intervenção.
  • Bioacumulação de contaminantes: Embora o ácido sulfúrico em si não bioacumule, sua presença pode mobilizar metais pesados no solo ou na água, amplificando o impacto tóxico.

Mitigação e resposta

  • Neutralização: O uso de bases fracas, como bicarbonato de sódio, pode ajudar a neutralizar vazamentos menores em ambientes controlados.
  • Monitoramento contínuo: A análise do pH e a identificação de espécies afetadas são essenciais para avaliar o impacto.
  • Planos de contingência: Equipamentos de proteção individual (EPIs) e treinamento adequado são indispensáveis para lidar com emergências envolvendo ácido sulfúrico.

A exposição ou vazamento de ácido sulfúrico deve ser tratado com extrema cautela, devido aos seus impactos potencialmente devastadores para a saúde e o meio ambiente.

* Com informações da Agencia Brasil