Na noite de quarta-feira, dia 13, um atentado com explosões na Praça dos Três Poderes e no Anexo 4 da Câmara dos Deputados desencadearam uma intensa investigação da Polícia Federal (PF). Seguindo protocolos de reconstrução de cena similares aos utilizados após os ataques do dia 8 de janeiro, peritos criminais trabalham para identificar e analisar minuciosamente os vestígios. A análise envolverá imagens 3D da área, que permitirão mapear a dinâmica exata das explosões.
Os peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC), especializados em perícia de locais de crimes com explosivos, estão à frente da coleta de provas, incluindo a identificação do tipo de explosivo e possíveis indícios que apontem para a autoria ou motivação do ato que seria um atentado. Além disso, um inquérito foi aberto pela PF para investigar o envolvimento de grupos ou de possíveis cúmplices no atentado.
De acordo com o Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, o caso apresenta evidências significativas e é prioridade para a PF. Ele afirmou, em uma postagem nas redes sociais, que um veículo ligado ao suspeito do atentado, identificado como Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, ex-candidato a vereador pelo PL de Santa Catarina, foi usado para o ataque.
Tiu França
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França,” era um chaveiro de Rio do Sul, cidade do estado de Santa Catarina, que se destacou por suas postagens intensamente críticas contra instituições políticas e públicas, como o STF e o governo brasileiro. Em novembro de 2024, ele foi identificado como o autor do atentado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde deteve artefatos explosivos que causaram sua morte e danificaram parte das instalações do Supremo Tribunal Federal. Antes disso, Tiu França havia sido candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020, mas obteve apenas 98 votos.
Suas publicações nas redes sociais exibiam teorias conspiratórias e uma retórica anticomunista, com críticas frequentes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros políticos. Ele também anunciava publicamente suas intenções de realizar ações explosivas, fazendo referência a “bombas” e “explosões” de forma simbólica e ameaçadora. Em uma das últimas postagens, compartilhou uma selfie tirada no plenário do STF, insinuando falhas de segurança no local.
Praça dos Três Poderes
A Praça dos Três Poderes, localizada em Brasília, é um dos locais mais icônicos do Brasil e um símbolo da democracia brasileira. Projetada por Oscar Niemeyer e idealizada por Lúcio Costa, ela foi pensada para abrigar os três poderes da República: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, representados pelo Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), respectivamente.
A praça é famosa pelo seu design modernista e pela importância política e simbólica. Está cercada por monumentos e esculturas, como a “Pira da Pátria” e as famosas estátuas de “Os Guerreiros” (ou “Os Candangos”), criadas por Bruno Giorgi, representando os trabalhadores que ajudaram a construir Brasília. A organização espacial e arquitetônica da praça visa representar o equilíbrio e a interdependência entre os três poderes, uma ideia central à estrutura democrática do país.
Em frente à praça, destacam-se os edifícios de Niemeyer que se tornaram ícones da arquitetura brasileira. O Congresso Nacional, com suas duas cúpulas, abriga o Senado e a Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto é a sede do Executivo federal, enquanto o STF representa a mais alta instância do Judiciário.
A Praça dos Três Poderes também é frequentemente o centro de eventos cívicos, manifestações, celebrações oficiais e atos públicos, dada a sua relevância para a democracia brasileira.
Atentado
Ontem a Praça dos Três Poderes foi novamente palco de mais um ato terrorista, um homem já identificado, utilizou-se de explosivos feito possivelmente com pólvora de fogos de artifícios, o que se viu em um primeiro momento foram explosões de fogos de artifícios, porem o suspeito utilizando de um artefato caseiro acabou também morrendo na ação.
Um atentado é uma ação intencional e violenta, geralmente executada com o propósito de atingir pessoas, locais públicos ou figuras políticas, e pode ter motivações variadas, como políticas, ideológicas ou terroristas. Em muitos casos, atentados são usados para chamar atenção a uma causa ou para desestabilizar a ordem social e política de uma determinada região.
Atentados podem ser classificados de acordo com seus métodos e alvos. Os mais comuns envolvem o uso de explosivos, ataques armados e, em alguns casos, armas biológicas ou químicas. Eles são frequentemente associados ao terrorismo, mas podem ocorrer em contextos políticos, como em tentativas de assassinato de figuras públicas ou em protestos violentos.
No Brasil, locais como a Praça dos Três Poderes em Brasília, onde estão situadas as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, são considerados de alta segurança devido à sua importância simbólica e política. Em situações de atentado, o governo mobiliza forças especiais de segurança e peritos, como a Polícia Federal, que realiza a perícia para identificar autores, métodos e possíveis motivações, garantindo a segurança da população e investigando para prevenir novas ações.
Atentados que chocaram o mundo
Ao longo da história, diversos atentados deixaram marcas profundas e repercutiram globalmente por suas consequências e pelo impacto que causaram na sociedade. Aqui estão alguns dos atentados que mais chocaram o mundo:
1. Atentado de 11 de Setembro de 2001 (EUA)
- Em 11 de setembro de 2001, a Al-Qaeda realizou um dos ataques terroristas mais devastadores da história, com sequestradores colidindo aviões comerciais contra as Torres Gêmeas em Nova York e o Pentágono, em Washington, D.C. Um quarto avião caiu na Pensilvânia após passageiros tentarem retomar o controle. O ataque resultou em quase 3.000 mortes e desencadeou uma série de mudanças na segurança global e a “Guerra ao Terror”.
2. Atentados de Madrid, 11 de Março de 2004 (Espanha)
- Conhecido como o 11-M, esse atentado aconteceu em trens de Madri, onde uma série de bombas explodiram durante a hora de pico matinal, matando 193 pessoas e ferindo mais de 2.000. O ataque foi atribuído a militantes islamistas e deixou o país em choque, gerando mudanças significativas nas políticas internas e no envolvimento da Espanha em conflitos internacionais.
3. Ataques de Paris, 13 de Novembro de 2015 (França)
- Nesta noite, uma série de ataques coordenados atingiu diversos locais em Paris, incluindo a casa de shows Bataclan, onde 90 pessoas foram mortas. Os atentados, reivindicados pelo Estado Islâmico, resultaram em um total de 130 mortes e reforçaram a mobilização da Europa contra o terrorismo. O ataque gerou impactos significativos na política de segurança e na percepção pública da ameaça terrorista na Europa.
4. Atentados de Londres, 7 de Julho de 2005 (Reino Unido)
- Conhecido como o 7/7, esse ataque ocorreu em sistemas de transporte público de Londres, onde quatro explosões foram detonadas em trens do metrô e em um ônibus. O atentado matou 52 pessoas e feriu mais de 700, sendo o primeiro grande ataque terrorista na Inglaterra e mudando a abordagem de segurança pública e combate ao terrorismo no país.
5. Atentado de Oklahoma City, 19 de Abril de 1995 (EUA)
- Timothy McVeigh, um extremista anti-governo, detonou um caminhão-bomba em frente ao prédio federal Murrah, em Oklahoma City, resultando na morte de 168 pessoas, incluindo 19 crianças, e ferindo centenas. Este ataque doméstico foi o mais mortal nos EUA antes do 11 de setembro e levou a uma reflexão profunda sobre o extremismo interno no país.
6. Massacre de Beslan, 1 de Setembro de 2004 (Rússia)
- Na cidade de Beslan, na Rússia, um grupo de militantes chechenos tomou uma escola, mantendo centenas de crianças, pais e professores como reféns por três dias. O cerco terminou em uma operação de resgate que deixou 334 mortos, incluindo muitas crianças, e mais de 800 feridos. O massacre teve um impacto duradouro sobre a segurança e as políticas antiterrorismo da Rússia.
7. Ataques de Bombaim, 26 a 29 de Novembro de 2008 (Índia)
- Um grupo de terroristas altamente treinados lançou ataques coordenados em pontos turísticos e hotéis de luxo em Bombaim, resultando na morte de 166 pessoas. Os ataques, realizados pelo grupo Lashkar-e-Taiba, destacaram a ameaça do terrorismo transnacional e impactaram as relações diplomáticas entre Índia e Paquistão.
Esses atentados não apenas provocaram grandes perdas de vidas, mas também mudaram a segurança, as políticas internas e a diplomacia em muitos países. Cada um desses eventos reforçou a necessidade de políticas de segurança mais rígidas e cooperação global no combate ao terrorismo e ao extremismo violento.
Grupos terroristas
Grupos terroristas ao longo do tempo têm gerado impactos profundos em várias partes do mundo, seja em termos de violência, instabilidade política, crises humanitárias, ou insegurança global. Aqui estão alguns dos grupos terroristas mais conhecidos, suas motivações e regiões de atuação:
1. Al-Qaeda
- Fundada por Osama bin Laden no final dos anos 1980, a Al-Qaeda ganhou notoriedade global pelos ataques de 11 de setembro de 2001. Com uma ideologia extremista islâmica, busca estabelecer um califado governado pela sharia (lei islâmica) e se opõe à influência ocidental nos países islâmicos. Tem afiliados em várias regiões do mundo, incluindo o Magreb e o Iêmen, e motivou o surgimento de outros grupos.
2. Estado Islâmico (ISIS)
- Originado como uma ramificação da Al-Qaeda no Iraque, o Estado Islâmico proclamou um califado em 2014, ocupando partes significativas do Iraque e da Síria. Com táticas extremamente violentas e uma interpretação rígida da sharia, o grupo usou a internet para propaganda e recrutamento. Embora tenha perdido território, o ISIS continua a operar em células e tem influenciado movimentos em várias regiões, como a África e o Sudeste Asiático.
3. Talibã
- Formado no início dos anos 1990 no Afeganistão, o Talibã é um grupo fundamentalista islâmico que governou o Afeganistão de 1996 a 2001 e retomou o poder em 2021. O grupo defende uma interpretação rigorosa da sharia e tem uma postura conservadora em relação aos direitos das mulheres e outras liberdades civis. Embora não tenha ambições globais de jihad como a Al-Qaeda, o Talibã serve de inspiração para outros grupos extremistas.
4. Boko Haram
- Atuante na Nigéria e em países vizinhos, o Boko Haram é conhecido por se opor à educação ocidental e pela violência extrema contra civis. O grupo ganhou atenção internacional ao sequestrar mais de 200 meninas em Chibok, em 2014. Seu objetivo é estabelecer um estado islâmico na Nigéria e outros territórios africanos. Em 2015, jurou lealdade ao Estado Islâmico, operando agora como uma de suas afiliadas.
5. Al-Shabaab
- Esse grupo jihadista somali opera principalmente na Somália e no Quênia e é afiliado à Al-Qaeda. Al-Shabaab busca estabelecer um governo regido pela sharia na Somália e se opõe fortemente ao governo somali e suas alianças internacionais. É conhecido por ataques a civis e forças de paz africanas, incluindo o ataque ao shopping Westgate no Quênia em 2013.
6. Hezbollah
- Originado no Líbano, o Hezbollah é um grupo xiita militante e político com forte apoio do Irã e da Síria. Embora tenha funções políticas e sociais no Líbano, é considerado terrorista por vários países devido a sua atuação contra Israel e envolvimento em atividades militares fora de suas fronteiras. O Hezbollah é influente no Oriente Médio e mantém redes internacionais.
7. Exército Republicano Irlandês (IRA)
- Durante décadas, o IRA foi um dos grupos paramilitares mais conhecidos na Europa, lutando pela independência da Irlanda do Norte do Reino Unido. O grupo utilizou táticas de guerrilha e ataques terroristas, principalmente entre os anos 1960 e 1990. O Acordo da Sexta-Feira Santa, em 1998, marcou o fim formal da maioria das atividades do IRA, embora ainda haja dissidentes ativos.
8. Sendero Luminoso
- Ativo principalmente no Peru, o Sendero Luminoso é um grupo maoísta revolucionário fundado na década de 1980, que buscava uma revolução comunista. Conhecido pela violência brutal e ataques contra civis, o grupo perdeu força após a captura de seus líderes, mas ainda possui algumas células remanescentes.
Esses grupos refletem uma variedade de motivações ideológicas, que vão desde o extremismo religioso até o nacionalismo e o comunismo. Eles influenciam a segurança global, as políticas governamentais e o cotidiano em várias regiões do mundo, sendo monitorados e combatidos por diversas organizações internacionais de segurança e inteligência.
11 de setembro
O maior atentado terrorista da história moderna, em termos de impacto global e perda de vidas, ocorreu em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. Conhecido como o “9/11,” o ataque foi realizado pela Al-Qaeda, grupo terrorista liderado por Osama bin Laden. Durante o ataque, quatro aviões comerciais foram sequestrados. Dois deles foram lançados contra as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York, outro contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, e o último, cujo alvo também era Washington, caiu em um campo na Pensilvânia após a reação dos passageiros.
Principais detalhes do ataque de 11 de setembro:
- Número de vítimas: Quase 3.000 pessoas morreram, e outras milhares ficaram feridas.
- Destruição: As Torres Gêmeas desabaram, e partes do Pentágono foram danificadas, resultando em perdas materiais e econômicas incalculáveis.
- Impacto global: O ataque alterou drasticamente a política externa dos EUA e resultou na chamada “Guerra ao Terror,” que incluiu invasões ao Afeganistão e Iraque, além de medidas de segurança reforçadas globalmente.
Outros atentados de grande impacto incluem:
- Bombardeios de Hiroshima e Nagasaki (1945): Embora não sejam considerados atentados terroristas, os ataques nucleares pelos EUA no Japão causaram enorme destruição e milhares de mortes.
- Atentados de Madrid (2004): Com explosões em trens, mataram 193 pessoas e feriram cerca de 2.000.
- Atentados de Paris (2015): O grupo Estado Islâmico realizou uma série de ataques coordenados, matando 130 pessoas.
Esses ataques refletem tanto o uso de violência para fins ideológicos quanto as mudanças profundas na segurança internacional e no combate ao terrorismo.
Maiores terroristas
Ao longo da história moderna, vários indivíduos foram considerados terroristas devido à organização de ataques violentos para promover causas políticas ou religiosas. Osama bin Laden é frequentemente citado como um dos maiores terroristas, sendo o fundador e líder da Al-Qaeda, responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, que resultaram em cerca de 3.000 mortes e transformaram a política internacional em relação ao combate ao terrorismo.
Outros nomes marcantes incluem:
- Abu Bakr al-Baghdadi – Foi o líder do Estado Islâmico (ISIS), conhecido por estabelecer um califado no Iraque e na Síria e coordenar ataques violentos na Europa e no Oriente Médio.
- Ayman al-Zawahiri – Líder da Al-Qaeda após a morte de Bin Laden, Zawahiri foi um dos mentores ideológicos do grupo e figura-chave nos atentados contra embaixadas dos EUA em 1998 na África.
- Carlos, o Chacal – Nascido Ilich Ramírez Sánchez, ele foi um militante venezuelano que realizou atentados e sequestros na Europa durante os anos 1970 e 1980.
- Abu Nidal – Fundador da Organização Abu Nidal, um dos grupos terroristas mais violentos do século XX, conhecido por ataques em aeroportos e assassinatos de figuras políticas.
Esses indivíduos deixaram um legado de terror que afetou não apenas suas regiões de atuação, mas também a segurança internacional.
Mentor do 11 de setembro
O mentor do ataque de 11 de setembro de 2001 é amplamente considerado Khalid Sheikh Mohammed, que foi um dos principais planejadores e arquitetos do ataque. Associado à Al-Qaeda, Khalid Sheikh Mohammed desenvolveu o conceito inicial do ataque e apresentou a ideia a Osama bin Laden, que aprovou e financiou o plano. Ele supervisionou o treinamento dos sequestradores e coordenou as operações com Ramzi bin al-Shibh, que atuou como contato entre os sequestradores e a liderança da Al-Qaeda.
Khalid Sheikh Mohammed foi capturado em 2003 e levado para a custódia dos Estados Unidos, onde confessou seu papel nos ataques, assim como em outros atentados planejados. Durante seu tempo sob custódia, ele revelou detalhes sobre a operação e o envolvimento de outros membros da Al-Qaeda, consolidando sua posição como a mente por trás dos atentados que marcaram a história dos Estados Unidos e da segurança global.