Uma recente reportagem do Jornal Nacional, exibida em 11 de novembro, destacou um dado preocupante: em 2022, 61% dos homicídios no Brasil ficaram sem solução. Esse índice foi apresentado pelo Instituto Sou da Paz, que lançou o relatório “Onde Mora a Impunidade?”. Segundo o levantamento, Goiás se destaca no cenário nacional com um índice de esclarecimento de homicídios de 86%, muito acima da média nacional, que ficou em apenas 39%.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, comentou sobre o avanço do estado: “Em Goiás, bandido não se cria”. Ele atribui o resultado ao investimento em segurança, infraestrutura e inteligência policial. O governador também elogiou a atuação das forças de segurança de Goiás, que têm demonstrado eficiência na resolução de crimes.
Desempenho Nacional e Goiás em Destaque
De acordo com o relatório, Goiás registrou 975 denúncias para 1.136 homicídios ocorridos em 2022. O estado se posicionou como um dos mais eficazes, atrás apenas do Distrito Federal, com 92%, e seguido pelo Mato Grosso do Sul, que apresentou 71% de resoluções. No extremo oposto, a Bahia foi o estado com menor índice, resolvendo apenas 15% dos casos.
Além disso, os dados mostram que 60% dos homicídios em Goiás foram denunciados no mesmo ano do ocorrido, e outros 26% foram solucionados no ano seguinte. Com essa alta taxa de solução, Goiás se firma como exemplo em investigação criminal no Brasil.
Metodologia do Relatório
O índice de esclarecimento de mortes violentas é medida pela porcentagem de homicídios dolosos em que ao menos um autor foi denunciado pelo Ministério Público até o final do ano subsequente ao crime. Para a elaboração deste relatório, o Instituto Sou da Paz solicitou dados dos Ministérios Públicos e Tribunais de Justiça de todos os estados brasileiros. No total, o estudo computou 22.880 homicídios dolosos ocorridos no Brasil em 2022, dos quais 8.919 resultaram em denúncias criminais até o fim de 2023.
Este índice, que começou a ser medido em 2017, mostra uma leve melhoria em relação aos anos de 2019 e 2020, quando houve quedas acentuadas durante a pandemia. Mesmo com o crescimento do índice em 2021, o cenário ainda é alarmante e reforça a necessidade de melhorias na investigação criminal em vários estados do país.
No Brasil
A taxa de homicídios no Brasil é uma medida importante para avaliar a violência e a segurança pública no país. Em 2022, o Brasil apresentou uma taxa de aproximadamente 22,8 homicídios por 100 mil habitantes, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Isso representa uma leve diminuição em comparação com anos anteriores, mas o número ainda é alto em relação a muitos países.
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Os estados brasileiros têm variações significativas na taxa de homicídios. Por exemplo:
- Acre teve uma das maiores taxas, chegando a cerca de 56,7 mortes violentas por 100 mil habitantes.
- Ceará e Bahia também apresentaram taxas elevadas, próximas de 40 homicídios por 100 mil.
- Em contraste, estados como São Paulo e Santa Catarina registraram algumas das menores taxas, com aproximadamente 9 e 12 homicídios por 100 mil habitantes, respectivamente.
Essas diferenças regionais refletem desigualdades sociais, econômicas e problemas de segurança que afetam as taxas de criminalidade de forma diversa em cada localidade. Mesmo com a leve queda em 2022, o Brasil ainda se encontra entre os países com os índices mais altos de homicídios no mundo. Especialistas defendem medidas de combate à violência que vão desde o fortalecimento das políticas de segurança pública até iniciativas de inclusão social, buscando reduzir esses números alarmantes de forma consistente.
No Mundo
A taxa global de homicídios é uma métrica essencial para avaliar os níveis de violência em diferentes países e regiões. Em 2021, o mundo registrou aproximadamente 458 mil homicídios, resultando em uma taxa média de 5,8 homicídios por 100 mil habitantes.
As taxas de homicídios variam significativamente entre os países. A Jamaica liderou o ranking em 2021, com 52,13 homicídios por 100 mil habitantes, seguida pela África do Sul (42,40) e Santa Lúcia (38,96).
Em contraste, países como Japão e Singapura apresentaram taxas muito mais baixas, abaixo de 1 homicídio por 100 mil habitantes.
É importante notar que fatores como desigualdade social, presença de organizações criminosas, políticas de segurança pública e acesso a armas de fogo influenciam diretamente essas taxas. Além disso, a qualidade e a abrangência dos dados disponíveis podem afetar a precisão das estatísticas de homicídios em diferentes países.
Para informações mais detalhadas e atualizadas sobre taxas de homicídios por país, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) disponibiliza relatórios e bases de dados que podem ser consultados.