BC sobe Selic a 12,25% de olho na inflação

Em uma decisão que surpreendeu o mercado financeiro, o Banco Central (BC) elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano, representando um aumento de 1 ponto percentual. Essa medida visa conter a inflação, que fechou 2023 acima do teto da meta de 4,5%, e também lidar com as incertezas da economia global, a alta do […]

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Em uma decisão que surpreendeu o mercado financeiro, o Banco Central (BC) elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano, representando um aumento de 1 ponto percentual. Essa medida visa conter a inflação, que fechou 2023 acima do teto da meta de 4,5%, e também lidar com as incertezas da economia global, a alta do dólar e os impactos do pacote fiscal do governo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) apontou que os ajustes na Selic podem continuar nas próximas reuniões, caso os cenários se mantenham. Essas medidas visam controlar a demanda e, consequentemente, os preços, mas também encarecem o crédito, afetando o consumo e os investimentos. Segundo o BC, esse ciclo de aumento da Selic é necessário para manter a estabilidade econômica, mas eleva o custo do financiamento e impacta diretamente o bolso dos brasileiros.

Selic

A taxa é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2023, o IPCA acumulou alta de 4,87% em 12 meses, acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. Para 2024, o BC projeta uma inflação ainda superior, de 4,9%, enquanto o mercado financeiro, por meio do Boletim Focus, prevê um índice próximo de 5%.

O aumento dos juros também reflete nas expectativas de crescimento econômico. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de 3,39% no último trimestre, especialistas alertam para o risco de desaceleração, já que taxas de juros mais altas desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, o crédito mais caro incentiva a poupança, equilibrando a economia no longo prazo.

Além disso, o BC alertou sobre a influência do câmbio e da crise hídrica nos preços, como a alta no custo de alimentos e energia. Esses fatores reforçam a necessidade de medidas preventivas para garantir que a inflação não saia do controle. O Copom trabalha com projeções de médio a longo prazo para definir estratégias que reduzam riscos econômicos.

Por fim, a decisão do Banco Central reafirma a importância de um controle rigoroso da política monetária, mesmo diante de um cenário de crescimento moderado. A próxima reunião do Copom, prevista para janeiro, será decisiva para ajustar a Selic conforme os novos dados econômicos e fiscais se consolidem.